O episódio de racismo vivido pelos filhos dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank em Portugal reacendeu o debate sobre o preconceito racial. As crianças, nascidas no Malawi, foram insultadas racialmente por uma mulher portuguesa num restaurante. A agressora foi detida, mas posteriormente libertada, e os atores registraram uma queixa.
A psicóloga Shenia Karlsson, que vive em Lisboa há quase cinco anos, falou sobre sua experiência como mulher negra no país. Ela se mudou para Portugal em busca de crescimento profissional e para fugir da violência e dos altos custos de vida no Rio de Janeiro. No entanto, ela destaca que os imigrantes, principalmente os vindos de ex-colônias portuguesas, sofrem hostilidades do povo local.
Shenia escolheu Lisboa pela facilidade da língua e pelo reconhecimento de suas titularidades profissionais, já que Brasil e Portugal têm um acordo de reconhecimento nesse campo. No entanto, ela afirma que existe uma complexidade na convivência com os portugueses e critica o preconceito racial existente no país.
Shenia Karlsson, uma psicóloga brasileira que vive em Portugal, comentou sobre o incidente de racismo envolvendo os filhos dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. Ela acredita que Giovanna, por ser branca, não sofreu represálias após confrontar a agressora. Shenia também criticou o presidente de Portugal por minimizar o problema do racismo no país.
Shenia, que enfrenta xenofobia diariamente em seu trabalho, observou uma divergência entre a política migratória de Portugal e a aceitação dos nativos dessas mudanças. Ela também mencionou o fortalecimento da extrema-direita em Portugal como um impulsionador dessa animosidade.
Apesar de ser brasileira, Shenia acredita que se fosse branca, seria mais facilmente aceita em Lisboa. No entanto, ela destaca que os portugueses valorizam muito as características da identidade nacional e fazem distinção com base no sotaque.
Apesar de ter testemunhado casos brutais de racismo e xenofobia durante seus cinco anos em Portugal, Shenia acredita que as mudanças foram benéficas para ela. No entanto, ela sente que o país seria melhor se não houvesse marcadores sociais que sempre definem o estrangeiro como alguém não pertencente àquele lugar.
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